“Nem
sempre o que parece é” – este é um ditado popular muito certo. Digo-te isto
pois eu sei que o teu ego, com base no funcionamento da tua mente, está
permanentemente a julgar, a rotular, a criticar ou a objectar. Só mesmo um Ser
desprovido de crenças e mitos é que o não faz e isso só mesmo o olhar de uma
criança de muito tenra idade.
No
entanto, já reparaste que isto condiciona as escolhas que fazes e por isso o
rumo da tua vida?
Pois
é. São imensos os filtros que colocas no teu olhar, o que é o mesmo que dizer,
que te é extremamente difícil fazeres uma análise isenta das pessoas e
situações, para que possas tomar sempre uma atitude correta.
Naturalmente
todo o ser humano é egocêntrico, ou seja, julga tudo com base no que o seu ego
aceita ser a verdade, sempre tomando partido do que julga ser o melhor para si
ou para os seus interesses ou do seu clã. Mesmo aqueles que são juízes de
profissão e aceitam a magistratura como o seu modo de vida, fazem-no julgando
terceiros de acordo com a Legislação em vigor, os padrões morais comummente
aceites na sociedade e obviamente aquilo que, pelo seu ponto de vista,
corresponde ao “fazer-se justiça”.
Porém
tudo muda se mudares o teu ponto de vista. Por exemplo, se te colocares na
posição do outro, no papel que ele desempenhou na situação alvo da tua
avaliação. Aí terás com certeza um novo olhar e seguramente aquilo que parecia
ser verdade absoluta e imparcial já não o é. Descobres mesmo razões que a
própria razão desconhecia antes de teres este novo olhar.
Se
então jogares com aquilo que se denomina normalmente como padrões sociais,
verificas que com a evolução geracional, o que antes era visto como um erro ou
até um crime, agora pode já não o ser, ou vice-versa. Como exemplo, vê-te de
novo com o olhar daquele que há 2 séculos aceitava a escravatura e a posse de
outros seres humanos como forma de evidenciar o seu estatuto social. Hoje, se
assumisse tal comportamento, provavelmente seria julgado e preso.
Claro
que poderás sempre invocar os direitos humanos como base moral, ética e até
jurídica de balizares esses mesmos padrões humanos, mas lembra-te que a sua
consagração e o seu reconhecimento são muito recentes e nem todos os países e regimes
políticos os aceitam ainda.
Assim,
percebes porque é que o julgamento, a crítica e a objeção são meros artifícios
do teu Ego para te condicionar, pois o único olhar isento simplesmente não faz
nada disso. Simplesmente olha, contempla, observa, sente e compreende em cada
momento a escolha certa, através da intuição.
Se
agora olhares para tudo o que te rodeia com os Olhos de Deus, verás tudo ainda de outra forma, pois esse olhar apenas tem como base de observação
a Compaixão. O Amor de quem não julga. O Amor de quem sempre perdoa de forma
incondicional.
Agora
dir-me-ás que não és Deus e por isso não consegues ter esse olhar, essa
perspectiva perante a vida.
Pois,
mas é esse mesmo o teu engano. Tu és Deus. Tu é um Filho muito Amado feito à Sua
Imagem e Semelhança e por isso, se calares a tua mente e simplesmente
observares, verás que gradualmente adquirirás esse Novo Olhar...
Fica
bem.
(A
Mónada)