terça-feira, 31 de outubro de 2006

"Amar de Olhos Abertos"


Depois de ler o livro de Jorge Bucay e de Silvia Salinas: “Amar de Olhos Abertos” escrevi o seguinte texto nos comentários do BookCrossing:

Foi uma leitura impulsiva, compulsiva também, do que se vai sabendo em cada página.

São muitas as ideias que ficam, muitos os temas de reflexão.

É grande a aprendizagem, o que me agrada, quando leio um livro.

"Tu, que sentias que amavas demasiado e te julgavas tão generosa, dá-te conta de que lhe dás somente o que tu lhe queres dar, de que não te preocupas em saber do que é que ele precisa, de que só dás pela tua necessidade de dar e não pelo bem que lhe poderá fazer a ele o que lhe estás a dar."

O livro trata, romanceando, da terapia de casais. Nessa terapia tem a abordagem de nos levar a reflectir, cada vez que imputamos um erro ao outro, que analisemos o que se passa connosco, que procuremos saber o que nos está a acontecer, o que precisamos ou o que sentimos.

É assim, uma abordagem diferente...

"É muito vulgar perguntar a uma pessoa numa sessão de casais:
- O que se passa consigo?
E ela responder:
- O que se passa comigo é que ele não entende...
E eu insisto:
- O que é que lhe está a acontecer a si?
E ela volta a responder:
- O que me acontece é que ele é muito agressivo!
E eu continuo até ao cansaço:
- Mas o que é que você sente? O que é que acontece consigo?
E é muito dificil que a pessoa fale daquilo que lhe está a acontecer, daquilo de que precisa ou do que sente. Todos querem sempre falar do outro."


Até parece que os autores tinham estado a espreitar o que se tinha passado comigo no dia anterior.

Afinal, que se passa comigo? Que preciso? que sinto?

É essa a minha reflexão.

Rosário

domingo, 29 de outubro de 2006

O "Não"...

Há bem pouco tempo li num post sobre o "Não"... o ter de se dizer NÃO... O momento do "Não" e o que ele significa para nós e para os outros...

Fiquei depois a pensar nos que têm que decidir, nos que têm que escolher e considero que saber dizer não é melhor do que dizer o "Sim. Mas...".

Saber dizer: NÃO, corresponde antes de mais, a ser necessário assumir a escolha no nosso interior e expressá-la com amor de quem escolhe o seu caminho.

Esse "NÃO" será assim um momento de compaixão porque isto pode significar dar espaço e liberdade ao outro de poder seguir as suas escolhas também. Este "Não", não será negativo... e se reafirmado com determinação e amor, pode até ser uma afirmação positiva.


É o que sentimos, a intenção que colocamos e a forma como o fazemos é que conta.

Agora relatavo-vos algo que se passou comigo:

Num acção de formação que frequentei sobre liderança e tomada de decisão, foi colocado aos participantes um exercício em que era necessário tomar uma decisão. A decisão era difícil mas claramente a resposta certa era o "Não"...

Fiquei espantado com o facto de cerca de 70% dos participantes terem optado pelo "Sim. Mas..." ao que normalmente corresponde, em termos gerais, a adiar a decisão... ou no mínimo a suscitar que a decisão até poderia ser sim se fosse cumprida determinada condição.

Feito um segundo exercício em que nos tinhamos de colocar no papel do que iria ser o receptor da decisão. Foi colocada a questão: Qual seria a preferência? As escolhas recariam em mais de 90%, ou no sim ou no não... Espantoso!!! Quase ninguém gosta de ouvir um "Sim. Mas...". Mas a maioria dos participantes preferia fazê-lo, no momento em que tem de fazer a sua escolha e transmiti-la.

Por piada, esta sessão leccionada por uma formadora Inglesa, extremamente dinâmica e motivadora, ficou durante bastante tempo conhecida pela expressão: "Please! Don't But me!"...

Vejam agora o que sobre isto nos diz o Eckhart Tolle e a forma de como podemos transformar os nossos estados do "Não" em estado positivos transmutados pela nossa Presença, mesmo que a nossa decisão seja o "Não"...

(lembrem-se de desligar a musica do blog primeiro)


Sigam agora este link: http://www.youtube.com/watch?v=t8kA4eu_r88

Fiquem bem.


(A Mónada)

sábado, 28 de outubro de 2006

O Vídeo do Blog

No novo vídeo do Blog poderão descansar a vossa alma durante cerca de 5 minutos... (não se esqueçam de desligar o som do blog primeiro)

Realizado por um grupo de personalidades que eu gosto muito como são: Deepak Chopra, Madonna, Francis Ford Coppola's Koyaanisquatsi, e com 3 Poemas de Rumi.

São este 3 Poemas de Rumi que vos deixo aqui transcritos...
  • My Burning Heart

    My heart is burning with love
    All can see this flame
    My heart is pulsing with passion
    like waves on an ocean

    my friends have become strangers
    and I’m surrounded by enemies
    But I’m free as the wind
    no longer hurt by those who reproach me

    I’m at home wherever I am
    And in the room of lovers
    I can see with closed eyes
    the beauty that dances

    Behind the veils
    intoxicated with love
    I too dance the rhythm
    of this moving world

    I have lost my senses
    in my world of lovers


  • In my hallucination

    In my hallucination
    I saw my beloved's flower garden
    In my vertigo, in my dizziness
    In my drunken haze
    Whirling and dancing like a spinning wheel

    I saw myself as the source of existence
    I was there in the beginning
    And I was the spirit of love
    Now I am sober
    There is only the hangover
    And the memory of love
    And only the sorrow

    I yearn for happiness
    I ask for help
    I want mercy
    And my love says:

    Look at me and hear me
    Because I am here
    Just for that
    I am your moon and your moonlight too
    I am your flower garden and your water too
    I have come all this way, eager for you
    Without shoes or shawl

    I want you to laugh
    To kill all your worries
    To love you
    To nourish you
    Oh sweet bitterness
    I will soothe you and heal you
    I will bring you roses
    I, too, have been covered with thorns

  • Intoxicated by Love

    Because of your love
    I have lost my sobriety
    I am intoxicated
    by the madness of love

    In this fog
    I have become a stranger to myself
    I'm so drunk
    I've lost the way to my house

    In the garden
    I see only your face
    From trees and blossoms
    I inhale only your fragrance

    Drunk with the ecstasy of love

    I can no longer tell the difference
    betweeen drunkard and drink
    Between lover and Beloved

Fiquem bem.



(A Mónada)

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Não temais


Não temais. O medo nasce apenas onde as sementes das trevas podem ter lugar, e brotar. Um recto viver, uma recta conduta, segundo o que internamente vos é indicado, não deixa espaço para que as forças opressoras do temor cheguem a vos dominar.

Mesmo a parcela atávica do medo que habita os vossos corpos é dissolvida diante da ligação com a essência da Vida. O medo é um estado que nasce do envolvimento com as forças da matéria e suas ilusões. A consciência nos planos interiores é Luz e clareza; nesses níveis, o Amor é a substância plasmadora, e a existência transcende as fronteiras da individualidade. Portanto, o indivíduo nada tem a temer se estiver conectado com a própria essência interior.

A limitação da vida a um âmbito individual traz consigo a ideia de posse, até mesmo da posse dos corpos materiais, e o medo é sempre fruto do assédio das forças diante da ameaça de perder algo a que a consciência imagina estar apegada. Se ela, porém, compartilha do absoluto silêncio, do silêncio dos apegos, da curiosidade, da posse de si mesma e de tudo o mais, o que haverá de temer?

Um ciclo está se abrindo, e a mensagem trazida pelo ressurgimento de Fátima-Lis terá um novo tom. De um ponto de vista supramental, pode-se dizer que está ocorrendo um reencontro da verdadeira função interior de Fátima com a consciência humana. À nossa volta, nos planos materiais, a presença permanente de uma energia de bondade e pureza é um sinal desse processo.




Numa iniciativa conjunta, este texto e a ilustração foram publicados no mesmo dia (23 de Outubro) pelos seguintes blogues:



(Este post não será apagado, podendo ser republicado em várias outras ocasiões.)

Por razões técnicas, o blog "Com a Palavra, o Meu Lado Infinito" só poderá colocar no ar este post dentro de dias.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

A cozinha dos sentidos

A minha amiga Carla pediu-me para divulgar um curso que ela própria irá coordenar... Hmmm! e a mim de repende deu-me uma fominha...

Para mim cozinhar é uma arte e é uma forma de expressar a nossa creatividade, amor e carinho. Por isso... Partilho do que a Carla aqui refere:
"Cozinhar é aprender a desenvolver um sentimento profundo de maravilha e apreciação por toda a vida, e uma mentalidade de quem pode transformar dificuldades em desafios.

Vamos aprender a escolher os alimentos e a cozinhar com amor, cuidado e uma mente pacífica. Vamos fazê-lo praticando.

Estimular a criatividade, desenvolver os diferentes sentidos e promover o intercâmbio de experiências entre os diversos participantes são os objectivos destes encontros. Essa será a nossa aventura em cada instante."



CURSO DE CULINÁRIA DE COMIDA SAUDÁVEL

PERÍODO: De Outubro de 2006 a Junho de 2007

DURAÇÃO: 9 sessões de 5 horas (das 10h00 ás 15h00)


LOCALIZAÇÃO:

Rua Nova de São Mamede, 56 – 4º Dtº em LISBOA
(Perpendicular à Rua da Escola Politécnica – perto do Largo do Rato e antes do Príncipe Real)



Para quem estiver interessado/a os contactos são:


CONTACTOS:
e-mail: dos.sentidos@netcabo.pt
telefones: 964180524 / 919441888



Fiquem bem.

(A Mónada)

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Ser...



Hoje publico um post com a contribuição de vários autores subordinado ao tema:

Ser…


- Simples

O melhor da Vida é receber e ser recebido por novos amigos, através da simplicidade do Ser, tal como o sol que nasce todas as manhãs, tal como as flores da Primavera que enchem de cor os nossos olhos, tal como as chuvas que são necessárias para dar Vida à Própria Vida, tal como um simples gesto um simples sorriso… um abraço forte que passa e recebe energias transformando o nosso dia.

Estas são as dádivas de ser e ter amigos.

Claudia Baeta

- Humilde

A humildade ensina-lhe a arte de voar. Mas se influências negativas, internas ou externas, trouxerem-no para baixo, lembre-se que a raiz disso é o ego.
O Ego é muito subtil e por isso não é facilmente detectado. Ele trabalha de forma sub-reptícia, minando a fundação da verdade.
Muitas coisas podem dispará-lo: comentários das pessoas, críticas, circunstâncias.
Fique alerta, preste atenção em você. Mantenha a sua humildade com auto-respeito.

Não permita que nada toque suas asas. Simplesmente continue a voar.

Dadi Janki, Wings of Soul, London, 1999


- Tolerante

A tolerância depende de duas outras qualidades: compreensão e amor.

Quando compreendo que todos estamos aqui desempenhando os nossos respectivos papéis e que cada um tem o direito de ser como é, sou capaz de tolerar o comportamento de qualquer pessoa, por mais provocador que seja.

Se alguém está errando e não está fazendo nada para mudar essa atitude, só posso ter misericórdia. Se ele está se empenhando em transformar o erro, só posso ter respeito.

Tolerância é o amor que oscila entre misericórdia e respeito.

Ken O'Donnell, A paz começa com você, Editora Gente, São Paulo, 1994



- Doce

Doçura funciona como uma força magnética que atrai os outros. Ela extingue o fogo da raiva e muda o comportamento deles. Doçura não é tentar agradar com finalidades egoístas, mas indica uma intenção de ajudar as pessoas a permanecerem felizes e em paz. A doçura natural não é enjoativa mas verdadeira. Ela surge quando nos tornamos completos. Bom humor e gentileza estão imersos nela. E leveza é a companheira constante dela.

Kiran Coyote, As virtudes divinas, São Paulo, 1997


- Feliz

Não importa o tipo de situação, não importa o tamanho do obstáculo, sua felicidade não deveria desaparecer. Obstáculos vem e vão.

Mas porque algo que lhe pertence deveria desaparecer?

Felicidade é algo que lhe pertence, independente do tudo o mais. Portanto seja qual for o obstáculo, simplesmente pense que ele veio para ir embora. Quando um convidado vem a sua casa ele não vai embora levando tudo que você tem nela.

Brahma Kumaris


Fiquem bem.

(A Mónada)

domingo, 15 de outubro de 2006

Os Corpos de Dor


A identidade que constituimos ao longo da vida, leva-nos muitas vezes a acreditar que somos o ego, no fundo aquilo com o qual nos identificamos, nos diversos papeis que desempenhamos no nosso dia-a-dia.

Por vezes, acontece que constituimos na nossa mente corpos de dor através da energia gerada a partir das emoções. Por exemplo, quando nos sentimos irritados por uma determinada situação e não nos conseguimos libertar da forma de pensamento que lhe deu origem, esta energia vai permanecer durante algum tempo, atraindo diversas situações, que quase nunca conseguimos relacionar de imediato. São os tais dias maus, normalmente cheios de azares e incidentes desagradáveis.

Estes corpos de dor, na medida em que se acentuam e se repetem, tornam-se constantes e induzem o sofrimento. Pior! Em muitos dos casos descem ao subconsiente e continuam a exercer toda a sua acção nefasta, sem darmos por isso, a qual mais tarde se poderá traduzir, ao nível do nosso corpo físico, numa qualquer doença.

Como então evitá-los? E quando sentimos que eles existem em nós o que fazer? São estas as duas perguntas mais óbvias que então se colocam.

Segundo o ponto de vista de Eckart Tolle, o famoso autor do livro “O Poder do Agora” de que já falámos num post anterior, é necessário antes de mais saber reconhecê-lo e para isso temos que nos colocar no momento presente. Para depois deixá-lo vir, observá-lo, com uma atenção de quem o quer entender minuciosamente mas com compaixão e amor. Mas nessa altura a emoção, já tranformada em corpo de dor, começa a sentir-se observada e tenta esconder-se... mas não resistindo acaba pode desaparecer (Estes corpos constituidos pelo Ego vivem do passado projectando-se no futuro. A partir do momento em que passamos para o agora e nos pomos a observar eles não têm onde se suportar).

Este cuidado de aceitar o seu fluir na nossa mente até se tornar em dor, dar-lhe entendimento e reconhecer que não passa de uma mera ilusão é normalmente o que basta para o dissolver. Porém se numa fase inicial o inibirmos porque simplesmente temos medo da dor... então esta mesma emoção, associada a uma determinada forma de pensamento, retornará mais tarde de uma forma muito mais dissimulada.

Eu diria que para além do Poder do Agora temos também o Poder da Aceitação de que toda e qualquer emoção deve ser sentida. Com o nossa capacidade de nos tornarmos observadores, através dos “olhos” da nossa Divina Presença, escolhemos assim não assumir este corpo de dor.

Para os que percebem inglês, deixo-vos com Eckart Tolle, para que ele mesmo vos explique isto....

Fiquem bem

(A Mónada)


P.S.: (não se esqueçam de desligar o som do blog primeiro)


Sigam agora este link: http://www.youtube.com/watch?v=4aUjLiLiriA

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

O Abraço

De um belíssimo conto para crianças e adultos, escrito por Michal Snunit, retiro os seguintes trechos:

"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.

Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que existe…

…Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem…

E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma

que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
começa a crescer, crescer,
até encher quase todo o espaço dentro de nós,
tão bom para ele é o abraço…

… Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós,

e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos
que estão encerrados nas gavetas dentro de nós.

Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida… in «O Pássaro da Alma», Michal Snunit.

A partir deste texto sintam agora com este vídeo, como tão “contagioso” e importante se torna o abraço…. (não se esqueçam de desligar o som do blog primeiro)



Para ver o vídeo faça agora o clique sobre o título do Post...

Sentiram?

Não apetece mesmo subscrever o abaixo-assinado?

Não vos apetece um abraço agora? É grátis mas infelizmente ainda não livre de alguns condicionalismos.

Ao escutarem a alma ela reage sempre assim a qualquer manifestação de AMOR em qualquer processo de reunião/união entre um ou vários seres…

Mas que bom é o abraço.

Sintam-se todos abraçados por mim…

Fiquem bem.

(A Mónada)

domingo, 8 de outubro de 2006

A propósito do post anterior...

A propósito do post anterior e do seguinte comentário que a Rosário aqui deixou: (Obrigado pela inspiração...)

“É um facto que, mesmo que a mulher não promova o homem a "salvador", ele autopromove-se sem ajuda. Nenhum dos meus dois ex-maridos foi príncipe, mas cada um deles, individualmente, se arvorou em meu salvador. Só nunca entendi de quê! Há também quem tenha o grande mérito de não ser salvador de ninguém.

rosário”

Foi-me chegando o seguinte texto, que agora é promovido a post, porque quando o escrevi fez-me todo o sentido e acho que para todos também poderá fazer... Aqui vai então:

"Interessante este teu ponto de vista... Nós somos seres individuais e não queremos ser salvos de alguma coisa ou de alguém... Temos uma aspiração comum a união ou a reunião com o TODO.

Mas nós já temos tudo para irmos fazendo essa ligação e quando chegar a hora o caminho já é conhecido - não há medo. Este caminho é de cada um e só o ser, no contexto da sua individualidade, o saberá reconhecer.

É verdadeiramente essa a beleza da vida e por isso ela é feita de escolhas. No fundo não há boas ou más escolhas... todas elas fazem parte desse caminho e todas elas devem ser assumidas tal como as suas consequências.

Muitos confundem-se no objectivo de vida... Dizem que procuram a felicidade e tentam encontrá-la com um outro ser... Não é bem assim, quando temos a oportunidade de ter um parceiro de jornada o que fica mais fácil (talvez) é a aprendizagem e o saber conhecer esse caminho.

Pode então perguntar-se em que fica essa nova forma de amor deste novo milénio?

Na minha reflexão eu diria que se situa na partilha que dois seres conseguem fazer neste processo de aprendizagem. Se este alinhamento de partilha e de trilha comum for completo (corpo, mente e alma) então esses dois seres têm uma relação de parceria efectiva e completa.

A magia do amor conjugal faz o resto. A sensação de extase e de plenitude invade-te a vida e tudo parece estar finalmente pacificado.


Mas cuida que todas essas sensações têm origem em ti e não no outro. O Amor tem de ser sentido em ti... e ao transbordar então vai criando-se a tal outra energia comum que ambos passam a sentir.

Tu és a fonte de todo o Amor que sentirás. No teu interior reside a sua origem - o tal amor incondicional. Ir em sua busca faz parte da caminhada.

A felicidade é ir sentindo esse mesmo amor em cada momento PRESENTE da nossa vida. Logo a felicidade não é o objectivo em si. Ela existe em ti em cada momento vivido no AGORA.

O amor conjugal é o expoente máximo que um ser não desperto pode ambicionar. Mas a REUNIÃO com o TODO, em que o amor conjugal faz parte desse caminho, é seguramente o objectivo. Este é o objectivo da nossa existência de co-criação. É este o objectivo de um ser consciente e ilumidado.

O amor conjugal, numa relação de parceria como explica ou autor do post, só acelera a nossa chegada ao destino. Promove essa Reunião e ao trocar-se as diversas manifestações de amor com são: o carinho, o afecto, a partilha e a sexualidade... entre outras... é muito bom porque na fisicalidade vamos sentindo a fluir a verdadeira essência da nossa manifestação Divina. O AMOR.

Usando uma metáfora poderá muito bem significar a diferença entre circular numa estrada estreita e numa auto-estrada.

Na perda sentimos o afastamento, a ausência destas manifestações de amor e a solidão. Se estivermos em contactos com o nosso interior a solidão não existe e o medo de ficar só muito menos.

Sempre que te sentires só cuida de ti, da tua auto-estima, entra em contacto contigo... e depois olha à tua volta e vais ver que não estás nunca só.

Por tudo isto procuram-se salvadores de quê? de quem?... E como tu dizes o mérito é descobrir que não só não precisamos de "salvadores" como de também de ser "salvos" e muito menos fazer de “salvadores” e fazer depender a nossa felicidade disso.

Quando ambos percebem que a relacção de parceria é uma relação de aprendizagem conjunta, alinhada pelas totalidade dos nossos corpos, então a sensação de dependência não existe, o apego não existe, os condicionalismos impostos não existem, as crenças (ou pre-conceitos) desaparecem. A vida flui no disfrute do momento presente e a sensação de conforto e plenitude passam a ser a nossa "auto-estrada" no caminho da vida.

Fica bem.


PS:- Se me premitires, embora esta seja uma resposta ao teu comentário acho que merece ser promovido a post.

É para mim uma evidência que é muito mais fácil escrever isto tudo do que levar à prática estas relações de parceria... e há várias razões para que isto acontece. A esperança reside em tomar consciência disto e tentar levar a vida assim... Seja com um parceiro ou não... "

Fiquem bem,

(A Mónada)

terça-feira, 3 de outubro de 2006

SAWABONA - Sobre estar sozinho



Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milénio. As relações afectivas também estão passando por profundas transformações e a revolucionar o conceito de amor.

O que se procura hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.


Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei...

Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afectiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afectivas são óptimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.


O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...
de Ernesto Cortazar

Fiquem bem.

(A Mónada)


PS- Caso tenha ficado curioso em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África e quer dizer "EU RESPEITO-TE, EU VALORIZO-TE, TU ÉS IMPORTANTE PARA MIM". Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é "ENTÃO, EU EXISTO PARA TI"